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01/ 10 /2017

Norberto Bobbio

“Ele assinala que permaneceu a maior parte de sua existência entre quatro paredes de escritórios ou em bibliotecas; teve matrimônio feliz… e uma vida pacífica em um dos períodos mais dramáticos da história europeia. É uma observação decisiva para compreendê-lo: com base em uma sólida formação acadêmica e uma vida pessoal sossegada, Bobbio pôde desenvolver uma visão penetrante do período que lhe coube viver. Mas, sua perspectiva não se limita a esse lapso de tempo: sem exagero, cobre a maior parte da cultura ocidental. Em sua pessoa acumula-se a melhor herança do pensamento antigo, medieval e moderno. Cada um de seus escritos lançou luz sobre um aspecto específico da realidade; cada um incursionou e em alguns casos descobriu, para continuar usando a mesma metáfora, passagens estreitas, antecâmaras e retornos. O instrumento que Bobbio utilizou é a inteligência, que, mais que um fio de Ariadne, é uma lâmpada – a do conhecimento e da perseverança -, não para sair da realidade, mas para penetrar profundamente nela, conhecê-la e modificá-la. Seguir seu exemplo significa seguir essa luz que, na ocasião apropriada, pode descobrir e iluminar outros espaços do labirinto, ou todo ele. Nisso estão empenhadas pessoas e grupos comprometidos com a filosofia política; nisso estão trabalhando também os membros da ‘Escola de Turim’”. (José Fernández Santillán, In: Norberto Bobbio: o filósofo e a política – Antologia).        [Norberto Bobbio. Nasceu em Turim-Itália, em 1909, onde faleceu em 2004. Grande Pensador; filósofo político; jurista; autor da famosa obra “Era dos Direitos”, além de outros livros como “Positivismo jurídico”, “Teoria da Norma Jurídica” e “o futuro da democracia”].

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01/ 06 /2014

Nelson Hungria Hoffbauer

“Um dos jornais do Rio de Janeiro, que noticiou a morte do princípe dos penalistas brasileiros, referiu que, naqueles instantes de despedida, Nelson Hungria teria dito aos filhos mais ou menos assim: logo mais, quando estiverem me levando e eu não puder falar saibam que estarei dizendo em silêncio: aqui vai o Nelson, muito a contragosto. Aquele foi o dia 26 de março de 1969. A teoria e prática do direito criminal em nosso país não conheceram expressão mais fulgurante de mestre e humanista. Nos mais diversos e longínquos mundos da realidade e da imaginação dos casos criminais, ele foi, e continua sendo, pela obra imortal, o personagem, o ator e o espectador da divina comédia da existência. Infernos, purgatórios e paraísos, todos os cenários dantescos da vida cotidiana foram esculpidos e interpretados em suas lições. A imensa obra de Nelson Hungria é um dos modelos ambulantes da vida, da paixão, da morte e da ressurreição da palavra como sagração e canto da condição humana” (René Ariel Dotti).

[Nelson Hungria. 1891-1969. Penalista mineiro. Ingressou na Faculdade de Direito aos 14 anos, formou-se aos 18 anos e aos 19 anos, em 1909, assumiu o cargo de Promotor de Justiça; aprovado em primeiro lugar no concurso exerceu o cargo de Juiz de Direito e depois Desembargador do Tribunal de Justiça do antigo Distrito Federal. Tomou posse no cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal em 1951 e depois de aposentado voltou a advogar, sem nunca ter deixado de proferir palestras e publicar livros e artigos. Foi livre-docente de direito penal na Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. É considerado um dos maiores penalistas brasileiros, sendo de sua autoria os Comentários ao Código Penal em 8 volumes, além outras e sedimentadas obras jurídicas publicadas no Brasil e no exterior. Ficou conhecido por muitos como o “Príncipe dos Criminalistas Brasileiros” – VSO]

 

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