“Ao discorrer a respeito da Magistratura, deixava entrever seu acendrado amor pela instituição integrada, segundo suas próprias palavras, ao seu destino. Vislumbrava-a sem muita solenidade, sem pompa, nem aparato, mas, em troca, pura, transparente, humana e eficaz. Falava, também, com vibrante entusiasmo, das virtudes do Juiz, que deveria ser um homem do seu tempo, dotado de virtudes como a independência, a humildade, a coragem, o altruísmo, a compreensão, a bondade, a brandura de trato de par com a energia de atitudes, o amor ao estudo e ao trabalho. Ele estava a descrever-se a si mesmo ao enumerar tais qualidades. É que na hierarquia de valores morais que lhe constituíam a concepção de vida, preponderavam, sobre todos, os valores morais. Pressentia-se, nele, a virtude, no sentido mais alto e mais largo do termo, a probidade impecável, o perfeito cavalheirismo e a nobre retidão. Com conselhos desse jaez, a intenção de Moura Bittencourt era a de despertar em seus discípulos a vocação para a magistratura….” (Luiz Elias Tâmbara).
[Edgard de Moura Bittencourt. 1908-1983. Magistrado Paulista, foi juiz, Desembargador e Professor de Direito. Em 1964 foi aposentado compulsoriamente pela Ditadura Militar. Autor da imprescindível obra: “O juiz” - VSO].
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