Depressão
“Não a repressão, mas a depressão é o patológico sinal dos tempos de hoje” (Byung-Chul Han)
“Não a repressão, mas a depressão é o patológico sinal dos tempos de hoje” (Byung-Chul Han)
Os gregos de boa mente davam aos mortos o nome de deuses subterrâneos… A religião não residia nos templos, mas nas casas; cada um tinha seus deuses; cada deus protegia apenas a uma família, e era deus apenas de uma casa” (Numa-Denys Fustel de Coulanges).
Era o vigésimo Antônio de sua família… Vez ou outra ouvia histórias de outros Antônios que o antecederam. “Grande Antônio, morreu na guerra. Patriota honroso!”. “Pobre Antônio, tão novo, morreu de desgosto” ou então “Antônio, aquele salafrário, como tinha mau caráter o sujeito.”. Foi quando passou a inventar razões para gostar do nome que tinha. Ora, se todos eram Antônios, como saberão qual Antônio foi dono de qual vida? “Se quiser, posso roubá-las todas para mim.” – ele pensou. Antônio, o guerreiro! Antônio, o sofredor! Antônio, o malandro! E assim, determinou: “De hoje em diante, sou vinte Antônios diferentes!”. Antônio, o guerreiro, acordava de manhã cedo, nas segundas e quartas-feiras, para trabalhar… Antônio, o sofredor, acordava às dez, nas terças e quintas-feiras, para lamentar… Antônio, o malandro, acordava meio dia, nas sextas-feiras, para se esquecer… Só não se esquecia de seu nome: Antônio… Nos fins de semana, Antônio se perdia, não sabia quem seria. Acabava por virar uma mistura de todos os outros. Já quase nem se lembrava de qual Antônio ele era”… (Carolina Inez. Vencedora do IV Concurso “Bom Viver” de Contos-Crônicas Habeas Liber/2020/UnB).
“Sei que é preciso vigiar-se sem descanso para não se ser levado num minuto de distração, a respirar na cara de outro e transmitir-lhe a infecção… O homem direito, aquele que não infecta quase ninguém, é aquele que tem o menor número de distrações possível. E como é preciso ter vontade e atenção para nunca se ficar distraído! Sim, Rieux, é bem cansativo ser um empestado. Mas é ainda mais cansativo não querer sê-lo. É por isso que todos parecem cansados, já que todos, hoje em dia, se acham um pouco empestados” (Albert Camus)
“Se fôssemos sábios, não atacaríamos a ninguém, nem faríamos piadas de ninguém, nem teríamos preconceitos com ninguém. Se fôssemos sábios, não haveria detração nem problemas no mundo causados pelo preconceito. Em vez de risos nervosos por piadas preconceituosas, riríamos com as crianças, com o Sol e com o mar. Se fôssemos sábios…” (Leandro Karnal).
“É bom estar só, porque a solidão é difícil. Amar também é bom, porque o amor é difícil. O fato de uma coisa ser difícil deve ser um motivo a mais para que seja feita” (Rainer Maria Rilke).
“Eu escuto, na dor, o grito de comando do capitão do navio: ‘Recolham as velas’! O ousado navegador ‘homem’ teve de aprender mil maneiras de dispor as velas, senão logo teria passado, o mar o teria engolido” (Friedrich Nietzsche).
“DEUS! Ó Deus! Onde estais que não respondes? Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, que embalde desde então corre o infinito… Onde estás, senhor Deus?” (Castro Alves).
“As existências são poucas: carteiro, ditador, soldado. Nosso destino, incompleto” (Carlos Drumond de Andrade).