“Todo grande advogado tem, no bom sentido, uma pitada de “místico”, porque a profissão é também um sacerdócio, e uma pitada de “mágico”, porque tem de ter criatividade para descobrir soluções nas causas aparentemente difíceis”. “Os místicos e os mágicos puros são tipos excepcionais, são uma espécie de caricatura. A massa dos advogados não é composta nem de místicos, nem de mágicos, mas de profissionais, que cumprem os seus deveres, em atividade permanente e cansativa, na defesa dos interesses que patrocinam” (Evandro Lins e Silva)

“Assim como existem homens dotados de extraordinários graus de dignidade e portanto extremamente resistentes às tentações a serem facciosos, também outros há que jamais mereceriam ser juízes, porque portadores de caráter, sentimentos e intenções incompatíveis com a missão de julgar” (Cândido Rangel Dinamarco).

“O desenho tradicional do magistrado patenteava um homem severo e um sistemático servo da lei, tornando-se precária a sua prestação judicante frente aos novos parâmetros da sociedade contemporânea” (Astrid Maranhão de Carvalho Ruthes)

“Sim, eleve a tribuna à altura dos princípios superiores e impessoais da ciência. Paire acima das paixões suscitadas nos pleitos. Converta em eflúvios de amor a atmosfera de ódios, derredor do pretório. Faça das misérias da vida fonte de ensinamentos para a renúncia e para o perdão. Acolha ao seu coração o apelo do desgraçado e não lhe recuse a assistência legal, como aos condenados à morte não deve faltar a exortação confortadora do sacerdote, nos últimos momentos da vida desenganada” (Antônio Manuel Carvalho Neto).

“Não há, na Inglaterra, Ministério Público. O processo penal se desenrola como um processo civil; é um processo entre particulares; não é uma luta desigual entre um acusador público, vestindo uma toga de magistrado, sentando-se no mesmo estrado do juiz, tendo relações de amizade com este, e um pobre coitado sobre o qual pesam, desde a origem do processo, as suspeitas” (René David).

“Não sejais, pois, desses magistrados, nas mãos de quem os autos penam como as almas do purgatório, ou arrastam sonos esquecidos como as preguiças do mato. Não vos pareçais com esses outros juízes, que, com tabuleta de escrupulosos, imaginam em risco a sua boa fama, se não evitarem o contato dos pleiteantes, recebendo-os com má sombra, em lugar de os ouvir a todos com desprevenção, doçura a serenidade” (Rui Barbosa)

“A medida provisória está totalmente desmoralizada, e, diria, desmoralizada no sentido de que passou, sim, a ser a forma normal de se legislar – a legislação brasileira é quase toda constituída de medidas provisórias! Uma ótima emenda constitucional seria a retirada da medida provisória da Constituição, ainda que voltassem os famigerados decretos-leis.’ ‘Os decretos-leis, apesar de também terem contido conceitos vagos como ‘interesse público’, ‘relevância da matéria’ etc. – conceitos esses que não vinham sendo controlados pelo Judiciário – apesar disso, não fizeram o mal que faz a medida provisória, porque o Executivo assenhoreou-se da competência e legisla, mas legisla com incontinência, que, diria, chega às raias da irresponsabilidade” (Lúcia Valle Figueiredo).

“Os ministros serão denunciados com frequência, acusados algumas vezes, condenados raramente, punidos quase nunca” (Benjamin Constant).