Velhas Tristezas
Diluências de luz, velhas tristezas,
Das almas que morreram para a luta!
Sois as sombras amadas de belezas
Hoje mais frias do que a pedra bruta.
Murmúrios incógnitos de gente
Onde o Mar canta os salmos e as rudezas
De obscuras religiões – voz impoluta
De todas as titânicas grandezas.
Passai, lembrando as sensações antigas,
Paixões que foram já amigas,
Na luz de eternos sóis glorificadas.
Alegrias de há tempos! É hoje e agora,
Velhas tristezas que se vão embora
No poente da Saudade amortalhadas!…
(Cruz e Sousa)