Poemas Transcritos - Mistério do Tédio

04/ 02 /2018

Mistério do Tédio

Eu falsifico o passado (Que dia é hoje?)

Altero a verdade (O ontem me trouxe aqui?)

Ando distraído, movido em direção ao tédio.

A vida decepciona (Como era ontem?)

Des-ânimo= Destino

Marca oito horas. Marca dezoito horas.

Marco meu pulso. Marco meu ponto. Espero no ponto.

Agora estou livre? Depende…

O ponto me prende. Mas quando tenho liberdade continuo preso.

Apenas mais um boneco de gesso

Segundo a linha de produção.

Armadura do tédio esconde o que faz de mim eu mesmo.

Já sou o mesmo com e sem o monitoramento…

Quero revolução,

mas me acomodo.

Vivo no meu medo.

Na rotina, em cubos de ignorância.

Mas sei que ainda me juntarei à revolução.

Sairei do poder estagnação, dependência e estupidez.

Não ficarei mais quieto.

Quebrarei barreiras da repressão, quebrarei tudo…

Sei que não estou sozinho

Há outros de mim por aí.

Por isso, à noite tomo meu Gin a longos goles

Torcendo pelo futuro na mão dos proles.

(Paula Cristina)

categoria: Poemas Transcritos