Poemas Transcritos - Desencanto

19/ 07 /2013

Desencanto

Eu faço versos como quem chora

de desalento… de desencanto…

Fecha o meu livro, se por agora

não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente…

Tristeza esparsa… remorso vão…

Dói-me nas veias. Amargo e quente,

cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,

assim dos lábios a vida corre,

deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

(Manuel Bandeira)

categoria: Poemas Transcritos