Carta a um irmão
Convirá tantas vezes morrer,
tantas vezes fluir,
tantas vezes amar,
tantas vezes viver
com a vida entre os dentes como um
sabre?
Convirá crescer
para a possibilidade de sermos podados?
Convirá a pungência das horas amargas,
das horas comuns?…
Convirá viver não do que se vive
mas do que se conquista?
Convirá viver não do maldito tempo
e do bendito tempo
mas do tempo que nasce para nascer?…
Oh! Convém, inteiramente convém,
convém viver,
convém viver com inconsequência,
convém viver
como convém ter membros e sangue,
convém viver e confluir
com nenhuma sobra
com nenhuma senha.
(Lindolf Bell)