A tarde já não é
A tarde que entra de repente
já não é mais uma criança;
embora já esteja gasta
é uma adulta exuberante
de cabelos anuviados
ou brilhos ensolarados;
a tarde é passe de mágica,
encanta e desencanta,
não é dama da noite,
mas é vulto passageiro
da alegria que se abranda
se reborda, transporta, transborda
no alvo já ativo
depois da traquina manhã
antes do levitar da boemia tardia.