Apresentação

Apresentação

Madrugada de 03 de janeiro de 2023. Tento dormir, mas, de repente, eu desperto pensando que ontem fiz mais uma tentativa, dentre tantas de cancelar este site pessoal que tenho na internet, que às vezes fica sem atualização, outras vezes com problemas técnicos etc. Ontem, a moça chamada Bárbara, da empresa que administra o domínio e a hospedagem, mesmo sem saber o teor do site, que estava fora do ar, diante da minha ligação para cancelá-lo passou mais de uma hora tentando me convencer de que eu, cliente antigo desde 2013, deveria continuar: convincente, com sua voz suave, educadamente falou das vantagens de mantê-lo, discorreu sobre lucros, aumento de clientela, visibilidade, marketing pessoal, ganhos dos mais diversos a ponto de eu tirar o celular do ouvido e em seguida tentar redarguir que nada disso se aplicava a mim, porque, este site era uma despretensiosa ideia para melhorar o fluxo comunicativo e repassar materiais de estudos para os meus alunos da UnB, tendo eu aproveitado para colocar registros pessoais e profissionais nele, como forma de guardar, arquivar e compartilhar conteúdos e ideias. Lembro que somente no ano passado eu tentei mais de quatro vezes cancelá-lo junto à operadora, seja porque eu não o alimentava, ou porque havia perdido as forças e o entusiasmo, ou por ter ficado sem tempo e paciência, enfim sem disponibilidade de me dedicar a algo que durante os primeiros anos me dava um prazer enorme, tanto que nos últimos anos ficou restrito a quatro fontes: poemas transcritos e poemas tentados, e citações literárias e citações jurídicas, não tendo mais servido como fonte de pesquisa ou de material de aula ou comunicação com os estudantes como era a pretensão inicial. Com isso, nos últimos quatro anos, ficou fora do ar por meses, ou sem ser atualizado, como da última vez por exatamente um ano. Não consegui dedicar-me mais ou aprimorá-lo como era meu intento, por outro lado não consegui cancelá-lo, porque toda vez que ligava para a empresa administradora ou tentavam me convencer de continuar (sem sequer saberem o conteúdo) ou passavam de um atendente para outro e muitas vezes desligavam ou o telefone ficava mudo, o que me irritava e me fazia desligar o telefone sem concluir o desligamento. Isso aconteceu diversas vezes. Ontem, decidido a encerrá-lo de vez, falei tudo isso para a atendente e fui implacável e irresoluto a não continuar, mas a moça com toda a sua delicadeza falou, falou, falou, fez contrapropostas e promessas, como a de recolocá-lo no ar em meia hora, e depois de quase 2 horas de monólogo, e eu talvez movido pela falta de tempo naquele instante e porque tinha outros compromissos anuí mais uma vez em continuar e deixá-lo no ar. O certo é que o site sobreviveu, não tendo, por fim, desaparecido de vez da internáutica, o que me faz pensar agora nesta madrugada que meses atrás o meu aluno Jian da Faculdade de Direito da UnB na sala de aula perante os demais colegas surpreendentemente falou: olhe pessoal o professor também escreve poesias e vou ler uma aqui para vocês (e abrindo o site, declamou), o que me fez, encabulado, lembrar que eu tinha essa via de comunicação ainda, embora parado há quase um ano à época. Enfim, em 2023 não será seu fim; proponho-me a continuar no leme das inserções e atualizações que possam advir ou me ocorrer, com mais liberdade e descompromisso, sem descuidar do esmero, talvez voltando-me mais para poemas e citações, sem grandes objetivos, visando dar continuidade à forma de comunicação com quem gosta do Direito e da Literatura, especialmente da poesia, para mim uma forma de expressão que eu ainda nutro como exercício volitivo, inspirativo e criativo contra horas de solidão, e ainda do Direito, minha profissão e fé, das labutas na magistratura e no magistério. Quem sabe possa alcançar leitores e curiosos nas ondas da internet, pessoas que me possam dar a honra da leitura anônima de algum tópico ou parte do seu conteúdo. Enfim, navegar sim; naufragar não…