Terminal Asa Sul
Olhando no olho do efêmero
me vi
desfazia-me, no tempo.
Não é o dia que finda
não é o rio que passa
Sou eu quem corta o vento
Sou água, que no mar deságua
Cada vinco em minha testa
cada fio que desfolha do pé
Instante, seguido por outro,
Cada vez mais débil, o corpo
Dia-a-dia
Nu com minha alma
Sou eu que passo
Sou eu
Eu que passo
Não o tempo
Sou eu que passo pelo tempo.
(Rogério Miranda da Silva, Corações Libertários)