Antanho
Da lonjura de antanho
lembro daqueles anos
em que não se tinha
muito para se distrair
nem modernidade
nem velocidade
nem virtual diversidade
a vagareza do mundo
a estranheza do alento
daquelas retinas do olhar
à luz solar ou estrelar
de um fogo a impregnar
no desejo a subsumir
do sorriso a se distribuir
durante a chuva pingada
o sentir amadurando
como um couve verde
às vezes amarelado
de um querer e quando
da vanglória da paz
ah lonjura irradiante
do que ficou distante
sei não volta mais.